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sexta-feira, 22 de outubro de 2010

4ªT - Capítulo 2 - A chave da suas lembranças - Por Mar

Só chora quem se afoga em lembranças. Eu li em um livro: chorar é um defeito, uma fraqueza.
Então por que choro? Em qual lembranças estou me afogando?
Sinto que choro por lembranças que não lembro, como se tivesse um mundo que alguma vez foi meu mundo. As vezes escuto uma palavra, ou vejo um rosto e tenho uma sensação estranha, como se esse rosto ou essa palavra me levassem a outro lugar, a outro tempo. É como se em minha alma tivesse um grande muro que divide outro mundo, outra Marianella, outra história para descobrir, e isso me dá medo. Me da medo abrir essa porta, me dá medo o que posso encontrar do outro lado do muro.
As lembranças não se pode matar, muito menos esconder, só se pode esquecer. Mas como esquecer-me de algo que nem me lembro?
Eu sinto, como se tivesse esquecido de quem sou realmente, como se vivesse uma mentira, como se não fosse quem acredito que sou.
Um fica feliz pela vida, acreditando saber quem é, e de repente uma chave, uma simples chave, te abre a porta de um mundo desconhecido.
Só sabendo quem você foi, se pode se saber quem você é. É possível que um tenha diso alguém diferente sem lembrar? É possível ser alguém diferente de quem pensa ser?
As lembranças são como histórias, são escritas por quem ganha. Que lembranças ganharam a minha história? Quem escreveu a minha história?
É muito importante saber quem você é. E eu seu muito bem quem eu sou, sou Marianella Molina Prado Rojo, uma garota feliz.










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